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Arquitetos: Atelier XI
- Área: 30000 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Chao Zhang, Mao Ji Wu
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Fabricantes: Benjamin Moore, Jian Long, NEW ELEMENT
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Parque de Criatividade e Escultura de Shenzhen está localizado em um antigo distrito industrial com fábricas abandonadas na base da montanha Maluan, distrito de Pingshan, cidade de Shenzhen. Cobrindo uma área de 30.000 metros quadrados, este parque cultural em transformação tornou-se o novo lar de vários estúdios de criativos e artistas especializados em escultura, pintura e caligrafia desde a década de 2010.
Em 2019, o arquiteto foi convidado pelo Sr. Liu Xiaodu, diretor do Pingshan Art Museum e da Eastern Shenzhen Cultural Development Company, para renovar os espaços públicos do parque. Depois de examinar o local, ficou claro para eles que o parque consistia em dois conjuntos distintos, material e espacialmente, que dialogam com as memórias urbanas complexas e a temporalidade da cidade. A parte norte é composta por antigas fábricas com volumes relativamente grandes, na sua maioria rebocadas e brancas, e com portas e caixilhos de metal preto. Enquanto a área sul é construída a partir de uma série de pequenas casas de tijolos vermelhos e degraus de tijolos escondidos na sombra das árvores.
Reconexão. Respondendo à clara demarcação entre as antigas fábricas e os edifícios residenciais, respectivamente dispersos nos lados norte e sul da via principal, o arquiteto propôs a criação de um eixo principal de espaços públicos no centro do distrito cultural, dado o orçamento bastante limitado. Esta intervenção de projeto procura provocar diálogos entre edifícios de diversos materiais e escalas através de uma reconexão estratégica e visual.
Um pavilhão alongado feito de tijolos vermelhos e aço preto se estende pelas entradas de três salas de exposições e forma um corredor público contínuo. A área de estacionamento à beira da via foi reorganizada para o lado oeste do bairro, transformando a rua principal em um importante espaço público para atividades dos pedestres. O sistema de corredores também se estende da rua principal à rua posterior para incentivar o público a explorar mais, oferecendo passagens necessárias para os espaços da antiga fábrica. A reforma adota uma estratégia de baixa interferência que não apenas garante a integridade das estruturas originais do edifício, mas também permite que os traços históricos, como as trepadeiras e os grafites nas paredes, sejam preservados o máximo possível.
Regeneração. No meio do distrito fica uma guarita de segurança abandonada que está sem uso há muitos anos e já cogitaram demoli-la. O arquiteto propôs preservar e revitalizar esse fragmento da memória arquitetônica. Assim, foi criada uma pequena “lanterna de arte” a partir dela: o segundo andar poderia ser usado como espaço de exposição temporária e o primeiro andar como um centro de visitantes aberto ao público, podendo servir também para posto de informações e venda de bebidas.
O esqueleto existente da guarita de segurança, sendo suas paredes, portas e vãos de janelas, agora está preservado e revestido em placas de fibra de cimento vermelho. O espaço de arte no segundo andar usa uma estrutura de aço independente desenvolvida a partir da guarita original, com um espaço de 10 cm reservado entre a nova estrutura e a antiga parede abaixo, permitindo que a luz passe entre o passado e o presente.
Escavação Interna. A renovação da fachada do salão principal de exposições continua a narrativa da relação entre o vermelho e o preto. Remete ao telhado de duas águas original deste edifício fabril e ao contorno das montanhas da paisagem, formando um topo de colina com uma composição abstrata e geométrica. A sala principal de exposições tem um espaço interno de 1.000 metros quadrados, mas a altura livre era de apenas 3 metros abaixo das treliças, o que era insuficiente para as necessidades das exposições de arte contemporânea. Dado o orçamento apertado, o arquiteto discutiu com os curadores do museu e os empreiteiros sobre várias opções. Como resultado, a ideia de levantar todo o telhado de treliças foi modificada para escavar 1,5 metros, rebaixando o piso para chegar ao pé-direito maior e com custo mínimo.
Quando o complexo do pavilhão foi concluído em setembro de 2021, serviu como um espaço complementar de Pingshan, sendo parte da 17ª Exposição Cultural de Shenzhen e acomodou mais de 20 obras de escultura de artistas contemporâneos. Muitas peças grandes foram instaladas com sucesso na área rebaixada dentro da sala de exposições. No futuro, espera-se que o Parque de Criatividade e Escultura se torne uma parte essencial da comunidade cultural e artística de Pingshan, em Shenzhen, e continue sua missão de fornecer a esta cidade rapidamente industrializada um local de inspiração para a produção cultural e artística.